No ano em que um extremo climático voltou a ter um protagonismo no Estado, a safra de inverno tem entre os grandes desafios um fator “fora” das lavouras: é a perspectiva de renda aos produtores. Do ponto de vista agronômico, o desenvolvimento tem sido, até agora, dentro da normalidade para a principal cultura da estação, o trigo. Por outro lado, o mercado não está tão favorável. De julho para cá, o preço médio do cereal teve queda de 6,28%, segundo os dados do Cepea/Esalq-USP. O agravante vem do acumulado dos últimos anos: a sequência de estiagens deixou o produtor descapitalizado.
— O grande desafio hoje do agro é a renda — pontua Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS).
A avaliação do dirigente é de que as lavouras de inverno têm um potencial produtivo interessante, devendo ficar, na média, acima das 50 sacas por hectare — sempre com a ressalva de que há um caminho até a colheita, etapa em que o excesso de chuva é o maior risco. Diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera reforça que, no geral, a safra do trigo vem se desenvolvendo bem, dentro da expetativa posicionada na estimativa da safra:
— Esse período agora com dias mais secos, ensolarados, tem sido importante na contenção de doenças como o oídio (doença causada por fungo).