As jornalistas Bruna Oliveira e Carolina Pastl colaboram com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A potência da floresta amazônica se transformou em diversidade de ingredientes para uma fábrica de sabonetes em barra no norte do Pará, em Benevides. Hoje, mais do que inserir matéria-prima nativa na receita do produto, a Natura, à frente do negócio, possui um ecossistema de integração das comunidades tradicionais da região à produção agrícola.
Da pitanga ao maracujá, o toque amazônico dado ao produto é variado e, claro, depende da safra e da linha a ser fabricada. É por isso que Mauro Costa, responsável pelas compras da biodiversidade na Natura, explica que a empresa possui um planejamento de produção e logística para cada comunidade. Enquanto as famílias ficam responsáveis pela colheita e o processamento em óleo da fruta, em associações ou cooperativas, a Natura adquire o produto e fabrica o sabonete.
— Procuramos agregar o maior valor possível nas comunidades. Então, ao invés de comprar amêndoas da castanha que vai entrar no sabonete em forma de óleo, eu já compro o óleo da castanha — justifica Costa.
Com orientação agroecológica, as comunidades trabalham com três tipos de produção: o cultivo, o extrativismo e a agrofloresta.
Ainda assim, o principal ingrediente dos sabonetes da marca é o óleo de palma, extraído de dendezeiros cultivados na região. Em cada uma das 500 milhões de unidades anuais produzidas, 70% da sua constituição é formada por óleo de palma.
Localizada a 34 km de Belém, a fábrica é responsável por 94% da produção de sabonetes em barra da marca no país. É também a primeira da marca localizada na Amazônia, há 10 anos, e uma das quatro fábricas da Natura no país.
*A coluna viajou a convite da Fundação Dom Cabral, durante o Programa Agronegócio Em Perspectiva