A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Experiente no manuseio de água — as lavouras são 100% irrigada no Estado—, o setor arrozeiro está mobilizado em ajudar a Região Metropolitana de Porto Alegre. A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz) emitiu um comunicado nesta semana solicitando aos produtores o empréstimo de suas bombas. A tecnologia, que no campo é utilizada para fazer a água entrar na lavoura, agora pode ajudar a drenar as que invadiram as ruas das cidades nos últimos dias.
— Há anos, a gente sabe lidar com a água, tanto com o excesso quanto com a falta dela. Não teria porquê não ajudar numa situação dessas — reforça o produtor de arroz e engenheiro agrícola, Lauro Ribeiro, que encabeçou a iniciativa em Pelotas.
No município localizado no sul do Estado, foram emprestadas 25 bombas por arrozeiros. A tecnologia foi instalada nos cinco pontos de bombeamento da cidade e, na avaliação de Ribeiro, ajudou a controlar o nível da inundação.
— Juntamos uma rede de pessoas do bem, produtores de arroz, consultores de drenagem, tudo com trabalho voluntário — acrescenta o agricultor.
Lá, continua Ribeiro, por terem se antecipado, foi possível trabalhar ainda em ambiente seco, o que, segundo ele, "é muito mais fácil".
Para a Região Metropolitana, quatro prefeituras foram contatadas: a de Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo. A ideia é que, na próxima segunda-feira (20), o setor se reúna na Capital com o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) para traçar um plano de ação, a partir do número de tecnologias que poderão ser contadas nesta ação.
— Esperamos que, já na semana que vem, as bombas entrem em funcionamento (junto com as que já existem) e ajudem a drenar o mais rápido possível a água — afirma Anderson Belloli, diretor jurídico da Federarroz, adiantando ainda que, nesta reunião, será preciso organizar um apoio logístico para trazer os equipamentos das lavouras.
O engenheiro agrícola e empresário Antoniony Winkler, parceiro de Ribeiro, cita também a escassez da tecnologia como fator impulsionador da mobilização do setor:
— O sistema moto-bomba não é algo que se encontra na prataleira. E, o Rio Grande do Sul, por ter 70% da produção nacional de arroz, todo ele irrigado, é um parque de moto-bombas.
Em Porto Alegre, arrozeiros de Mostardas, no Sul, já estão auxiliando no escoamento no Bairro Anchieta, onde fica a região do Aeroporto Salgado Filho.
Quer ajudar?
Caso os produtores e empresas concordem em disponibilizar os seus equipamentos, a Federarroz disponibiliza os contatos pelo WhatsApp (51) 98065.4000 ou e-mail federarroz@federarroz.com.br.