A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A passagem de um novo ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul provocou, mais uma vez, estragos na agropecuária gaúcha. Até o momento, há registros de impactos em plantações de trigo, mortes e ferimentos em rebanhos e estruturas danificadas de cooperativas e propriedades rurais no interior do Estado.
Nas plantações, o diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera, cita o trigo como uma das principais culturas afetadas.
— O volume de chuvas foi muito significativo. O que mais se percebeu foram erosões laminares e a criação de sulcos. Mas o trigo tem grande capacidade de recuperação, já que está no início do seu desenvolvimento ainda — detalha Baldissera.
Na pecuária, houve relatos de ferimentos e até mortes de animais em decorrência de árvores caídas e de galpões danificados pelo temporal no município de Sede Nova, no Noroeste. Pelo menos mais oito cidades da Metade Norte foram atingidas e mais de 500 produtores tiveram estruturas danificadas, informou o vice-presidente de Finanças da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Nacir Penz.
É um "cenário de guerra", reforça o presidente da entidade, Marcos Tang.
— Temos produtores procurando vacas em escombros, não temos onde ordenhar e os vizinhos estão ajudando, levando as vacas para tentar ordenhar — relata o dirigente.
É também em Sede Nova que uma unidade da Cooperativa Tritícola Sarandi (Cotrisal) foi destruída pelos ventos e pela chuva forte. De acordo com o gerente do local, Fabiano Rauch, o telhado do escritório, de lojas e do local de recebimento de grãos foi arrancado.
— De 300 a 400 toneladas de adubo armazenado, muita coisa vamos ter que descartar, porque o telhado se foi, rasgou sacos e entrou água — cita ainda outro estrago na unidade.