Foi pelo interesse no arroz gaúcho que as delegações da China, dos Emirados Árabes, de Gana e da Nigéria, presentes na 23ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, resolveram estender um pouco a visita. No final de semana, após o término da feira, desembarcaram em Cachoeirinha, na estação experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), para conhecer a pesquisa feita para a produção do cereal.
Na prática, pelo menos pelos Emirados Árabes e Nigéria, a visita deve resultar em novas rotas comerciais para o RS. Seja de alimento ou pesquisa.
— São novas oportunidades de escoar a produção rural — salientou o secretário da Agricultura do Estado, Giovani Feltes.
No caso do país africano, o diretor do Departamento de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Evaldo Silva Júnior, que acompanhou a visita do grupo, conta que o maior interesse foi na tecnologia de plantio, como a rotação de culturas com milho e soja. E já foi alinhada a formalização de um acordo, no qual o Irga transferirá tecnologia para ampliar a produção nos 20 mil hectares de lavouras do exército nigeriano e, em contrapartida, o país reduzirá alíquotas de imposto de importação do arroz gaúcho.
Já os Emirados Árabes sinalizou a intenção de incluir o Brasil na sua rota de exportação do grão. Também demonstrou interesse na tecnologia gaúcha para o plantio em áreas do deserto. Uma missão do Irga ao país árabe para avançar essas questões poderá ocorrer em dezembro.
No mesmo grupo, a visita de Gana e da China foi mais protocolar. Em relação ao gigante asiático em específico, os representantes, que já são importadores do arroz gaúcho, visitaram as instalações do Irga para terem um contato presencial do Brasil. E Gana foi para conhecimento.
Além de fazer negociações, a comitiva conheceu estruturas, laboratórios e as pesquisas do Irga. Também foi à sede, em Porto Alegre. E o passeio não acabou em pizza, mas sim, em carreteiro e arroz de leite para divulgar o cereal gaúcho.
*Colaborou Carolina Pastl