O vinho em lata é um mercado sem volta. Considerado tendência no varejo, o negócio tem crescido nos últimos anos no Brasil, na avaliação da União Brasileira De Vitivinicultura (Uvibra). Apesar de ainda não haver números do tamanho desse crescimento, fatos palpáveis demonstram. Como a participação da startup gaúcha Lovin em quatro dos 10 espaços da 13ª Bienal do Mercosul espalhados por Porto Alegre.
No caso da empresa em específico, que foi convidada para participar da exposição de arte por ser da Capital, o faturamento tem dobrado ano a ano. O que tem estimulado, inclusive, a criação de novos produtos. De 2020 para cá, quando foi criada, pulou de dois itens ofertados para sete.
Para a Bienal, a marca criou uma caixa personalizada para a venda de três tipos dos seus vinhos em lata: dois frisantes e um brut.
— Os valores da nossa marca são muitos similares com arte, inovação, quebra de paradigmas, trazer novas maneiras de ver o mundo, pela própria nova proposta de se beber vinho — explica João Sattamini, CEO da startup, sobre a participação da Bienal.
Apesar de reconhecer o crescimento do ramo como um todo, o presidente da Uvibra, Daniel Panizzi, entende que há potencial para avançar muito mais. Principalmente nos vinhos propícios para se beber gelados, como brancos, rosê e frisantes.
— Até em função da demanda de garrafas de vinho que não está sendo atendida, a lata virou uma oportunidade de conseguir atender à demanda do mercado. Sem falar na facilidade de consumo, na democratização do vinho. Esse é um desafio muito grande que temos ainda hoje, o da inserção da bebida no dia a dia — analisa o dirigente.
No Brasil, o consumo de vinho é de 2,8 litros per capita por ano, lembra Panizzi. Número considerado muito baixo pelo setor, tendo em vista que em países como Argentina e França, sobe para mais de 30 a 45 litros per capita, respectivamente.
A Lovin compra vinhos de vinícolas da Serra, como a Perini e a cooperativa São João, faz o corte, ou seja, a mistura, nesses locais, e envasa em sua indústria, localizada em Guaporé (RS).
As exposições da 13ª Bienal do Mercosul vão até o próximo domingo (20) na Capital.
*Colaborou Carolina Pastl