Tonalidades de amarelo e graus de doçura. Essas são as características que serão observadas nas duas categorias do primeiro concurso de mel de abelhas nativas sem ferrão do Rio Grande do Sul, marcado para os dias 29 e 30 de abril, em Horizontina, no Noroeste. Os três primeiros lugares levarão para casa um “pote de ouro”, em uma alusão ao fato de depositarem o mel em recipientes e não em favos, como as espécies exóticas.
Coordenado pela Associação dos Meliponicultores do Alto Vale Taquari (Amevat), o júri terá seis integrantes técnicos, e a avaliação é às cegas. Depois de degustar cada amostra de mel, o jurado precisa beber água, cheirar pó de café e comer um pedaço de pão:
— Tudo para que o paladar e o olfato se “limpem” para a degustação da amostra seguinte — diz Nelson Angnes, presidente da entidade.
Na degustação, haverá um documento indicando a localização da colheita do mel e o tipo de abelha e de florada.
A avaliação reúne à análise sensorial a descritiva. Angnes explica que a combinação da enzima do tipo de abelha com a concentração de glicose do néctar coletado pelo inseto, além do tipo de florada polinizada dão gosto e cor únicas a cada tipo de mel.
Atualmente, 16 mil famílias trabalham com a meliponicultura no Estado – são 80 mil colmeias e 27 tipos de abelhas. Produtores interessados em participar do concurso têm até o dia 20 para enviar as amostras. É possível inscrever um mel por espécie de abelha, em cada categoria (maturado e refrigerado).
Apesar da estiagem, a produção de mel desta safra deve se manter no mesmo patamar da passada.
— Toda vez que se tem falta de chuva, a tendência é de que o volume e a qualidade do mel produzido aumentem — observa João Alfredo Sampaio, assistente técnico em Produção Animal da Emater.
*Colaborou Carolina Pastl