Produtor de hortaliças em Cachoeira do Sul, Julio Marques tem, literalmente, perdido o sono com a situação trazida pela estiagem. Dos produtos cultivados (alface, couve, mandioca, cenoura e beterraba, entre outros), “só não está perdida hoje a lavoura de mandioca”. Nem a irrigação nas hortaliças foi capaz de proteger contra os efeitos da estiagem associada a altas temperaturas, que desidratam as plantas.
– A gente acaba perdendo o sono, o ânimo de trabalhar no outro dia. A situação fica difícil. Acaba sobrecarregando mentalmente – desabafa Marques.
O agricultor Julio Marques pondera outro agravante da estiagem, que é não conseguir semear novas lavouras:
– Perdemos o que tínhamos plantado, não temos nada para vender. E não conseguimos plantar para vender daqui a dois, três meses.
O resultado também aparece nas gôndolas. Além de qualidade inferior à habitual, os produtos também acabam ficando mais caros em razão da oferta reduzida.
– Vi alface a R$ 4 no mercado. É um absurdo para quem compra. Mas e a dificuldade de quem produz? Como produzir? O custo disso? – questiona Marques.