Com o aval recebido do Ministério da Agricultura, a startup gaúcha BioIn, incubada no Centro de Biotecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), coloca seu primeiro produto no mercado. São microvespas utilizadas no controle de lagartas como a lagarta-do-cartucho (praga da cultura do milho), da soja, da espiga e traça-do-tomateiro.
As microvespas são vendidas ainda em ovos, tanto a granel (aplicado por meio de pulverizador), quanto colados em cartelas (que são enganchadas na planta, como mostra a foto acima). Os insetos nascem no campo e passam a controlar a praga.
– Esse controle é feito na medida em que as microvespas depositam seus ovos nos ovos das mariposas (que originarão lagartas), inibindo o nascimento – explica Camila Vargas, diretora da BioIn.
Se não for bem controlada, a lagarta-do-cartucho, por exemplo, pode causar danos de até 70% em lavouras de milho. Segundo Camila, há registros ainda de perdas que chegaram a 100% em tomateiros no RS.
Neste momento, a startup está com foco em produtores com cinco a 10 hectares, mas a ideia é ampliar para áreas de mais de 100 hectares.
As microvespas entram na categoria de produtos biológicos usados no controle de pragas, que vem tendo uso crescente no país. De 2000 para cá, 488 defensivos de baixo risco (que inclui a categoria dos biológicos) foram aprovados pelo governo federal. E, para receber a tal autorização de uso, passam por avaliações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Agricultura, para avaliar se não pode se tornar uma praga ou trazer riscos.
*Colaborou Carolina Pastl