A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
As exportações do mercado de vinho brasileiro mostraram bons resultados no primeiro semestre do ano, em momento de recuperação após um ano atípico em razão da pandemia de covid-19. O maior destaque veio do suco de uva, que disparou 261,95% frente ao ano passado, passando de 312 mil litros nos primeiros seis meses de 2020 para 1,1 milhão de litros neste ano no mesmo período.
Os dados são do Comex Stat, sistema de estatísticas de comércio exterior do Ministério da Economia. A categoria inclui suco de uva natural e integral, reprocessado e reconstituído, adoçado e concentrado.
O salto reflete uma retomada de consumo passado o período mais crítico da crise sanitária. O presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Deunir Argenta, explica que grande parte da demanda por suco vem das escolas, que fecharam as portas durante quase todo o ano de 2020 no mundo. Comportamento contrário ao do vinho, que teve recorde de consumo no auge do distanciamento social.
— No ano passado, como parou tudo, o suco foi um dos produtos que mais foi afetado em função da queda de consumo. Com algumas escolas retomando, já conseguimos ver a evolução da venda — afirmou Argenta.
China, Estados Unidos e Japão estão entre os países de maior destino do suco de uva brasileiro.
Depois do suco, os vinhos finos aparecem na segunda posição de maiores embarques, com alta 161,17%, chegando a 3,6 milhões de litros. Em seguida, destaque para os espumantes, que ampliaram a presença no Exterior com aumento de 38,08%, chegando a 340 mil litros.
No primeiro semestre, as vinícolas embarcaram vinhos finos para 55 países, espumantes para 36 e suco de uva para 42. A maior remessa enviada foi de vinhos finos para o Paraguai, com 3,1 milhões de litros, seguido por 304 mil litros de espumantes para os Estados Unidos e de 300 mil litros de suco de uva para a China.
Argenta comenta que o volume exportado ainda é muito baixo se comparado ao espaço que os rótulos importados ocupam no Brasil, mas que não deixa de ser um avanço da produção brasileira.
— Não tínhamos a cultura de exportar vinho, por isso esses números são bastante representativos. É muito bom para o setor porque mexe com o mercado — avalia.