O avanço da soja em áreas de arroz, no sistema de rotação, está presente em todas as regiões de produção do Estado. Como publicado pela coluna, o crescimento em 10 anos foi de 205%. Em alguns pontos, no entanto, a dobradinha ganhou mais espaço do que em outros. Dos 370,59 mil hectares cultivados com a oleaginosa na safra colhida, 99,78 mil estavam na Zona Sul, conforme dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Outros 91,85 mil hectares estão na Campanha. Nessas duas regiões também ficam três dos cinco municípios com as maiores áreas de soja em alternância com o arroz, aponta o Irga.
No topo da lista está Santa Vitória do Palmar, na Zona Sul, com 37,05 mil hectares, mais do que toda a Fronteira Oeste.
Em segundo lugar está Dom Pedrito, na Campanha, com 34 mil hectares. Na sequência vêm Camaquã (Planície Costeira Interna), Arroio Grande (Zona Sul) e São Borja (Fronteira Oeste).
Para Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), a conscientização dos produtores sobre os benefícios da rotação de culturas é um dos fatores que ajudam a explicar essas áreas maiores. Em relação ao avanço da soja em Dom Pedrito, acrescenta particularidades do local:
— Vinha sendo o de menor preço de arroz no Estado e tem topografia que favorece a soja. Isso acelerou processo.
Além do espaço, o dirigente chama a atenção para os índices de produtividade (volume por hectare) obtidos em regiões "arrozeiras". É o caso da Planície Costeira Interna, com média de 57,2 sacas, acima da média geral da soja para o RS, estimada em 55 sacas por hectare pela Emater, incluindo as áreas do Norte.