A produção de citros do Vale do Caí já é conhecida e reconhecida. Maior polo de produção do Estado, a região poderá ser facilmente identificada pelo consumidor pelo selo AmeCitrus, que entra no mercado no próximo mês. A "grife" estará estampada inicialmente nas bergamotas da variedade montenegrina produzidas em pomares que atendam a critérios de qualidade e rastreabilidade.
A iniciativa é da Associação de Citricultura do Vale do Rio Caí (Acvarc) e tem o apoio do Programa Juntos Para Competir (que une Farsul, Sebrae-RS e Senar-RS). As frutas que poderão ostentar o diferencial são de propriedades que, desde 2019, integram do projeto de fortalecimento e promoção da cadeia citrícola da região, explica Junior Utzig, gestor de projetos do Sebrae-RS. A ação conta também com a parceria da Emater.
Abrange 204 áreas produtivas e 2,2 mil hectares. Em 1,23 mil há cultivo de citros – sendo 729 hectares só de bergamota montenegrina. A produção da variedade por esse grupo está estimada em 8,8 mil toneladas neste ano.
Aliás, a 21ª Abertura da Safra de Citros do Rio Grande do Sul será celebrada na terça-feira (08), de forma virtual, a partir da propriedade de Elisandra Kehl, que fica na localidade de Linha Fortaleza, em Montenegro. Presidente da Acvarc, a produtora explica que o novo selo é um atestado de que os pomares passam por controle de qualidade e de que as frutas são produzidas com respeito às normas e ao ambiente.
– Montenegro foi reconhecida como berço da bergamota montenegrina, e o selo só vai reiterar a importância da nossa citricultura para a região – completa Elisandra.
A relação com a fruta vai além do cultivo: é familiar. João Edvino Derlam, produtor que descobriu a variedade montenegrina em 1940, é avô do marido de Elisandra, Everton Kehl.
O também produtor de Montenegro Fabiano Gustavo Viegas, que é da terceira geração da Citrus Viegas, reforça a relevância do selo:
– É importante agregar valor à citricultura, e a marca ajudará os produtores e toda a cadeia .
Com a qualidade como diferencial, o novo selo é divulgado pelos 90 produtores de oito municípios que fazem parte da associação de citricultura. A venda será em pontos da Serra e da Região Metropolitana.