A busca por gado de qualidade se estende para além da tradicional temporada de remates de primavera. Puxados pelo bom momento da pecuária, compradores se mantêm ativos. E o interesse em alta mantém preços em patamares elevados, acima dos verificados em igual período do ano passado.
– Tem gente procurando reprodutor até agora – garante Ênio Dias dos Santos presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais (Sindiler-RS).
Preferência também dada ao gado jovem. A grande procura por terneiros, para atender outros Estados e o Exterior, fez as cotações subirem. Dados do Nespro/UFRGS apontam alta de 43% no preço médio do quilo vivo do terneiro no Rio Grande do Sul na comparação com igual semana de 2019. Há regiões em que o percentual é ainda maior.
Boa parte da demanda veio do Sudeste e do Brasil Central. As regiões concentram frigoríficos exportadores de carne e tiveram restrição de oferta por estiagem. Vale lembrar que a falta de chuva também mexe com a disponibilidade no Estado.
Na primavera, as médias de touros e fêmeas ficaram pelo menos 20% acima das de 2019. Nos terneiros, o incremento foi superior a 50%. E as pistas foram limpas – sem sobras. Outro ponto que favoreceu os negócios da estação foi a migração para o ambiente virtual, que se tornou compulsória na pandemia.
– Muitos não poderiam ir aos eventos. Assim, ficou disponível para todo o Brasil – diz Nivaldo Dzyekanski, presidente reeleito da Associação Brasileira de Angus (leia ao lado).
O valor médio dos touros da raça foi de R$ 16,15 mil.
– Há um entusiasmo geral, pois o preço está muito bom, e o criador vai continuar investindo – avalia Luciano Dornelles, presidente da Associação Brasileira de Hereford e Braford.
A média de reprodutores hereford foi de R$ 13,99 mil (alta de 47%), e de braford, de R$ 16,6 mil (55% maior).