O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O Rio Grande do Sul terá um programa voltado à preservação de campos nativos em propriedades rurais, com foco inicial nas áreas de pecuária dentro do bioma Pampa. Nomeada como Campos do Sul, a iniciativa será lançada oficialmente pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura nesta semana e tem como objetivo recompensar produtores que, de maneira voluntária, adotem práticas de conservação.
- Não queremos proibir, o que queremos é incentivar o produtor a preservar áreas de campo nativo nas propriedades, dando um reconhecimento oficial que poderá ajudar a ampliar mercados – aponta Artur Lemos, secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura.
Em um primeiro momento, a ideia é conceder um selo à carne produzida em áreas que os mantenham os campos nativos. Paralelamente, o governo mantém contatos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tentar viabilizar a criação de linhas de crédito dentro do programa e até mesmo atrair fundos de investimentos internacionais interessados em financiar práticas sustentáveis de produção.
Entre agosto e setembro, a secretaria deverá coletar dados dos produtores interessados em participar do programa. Somente poderão receber certificação as áreas que apresentem superfície contínua equivalente a 20% da área da propriedade, nos casos em que o local tenha tamanho igual ou inferior ao módulo médio do Corede onde está inserido. Já em propriedades maiores, o campo nativo deve ter mais de 10 hectares.
Áreas declaradas como reserva legal não se enquadrarão na certificação, assim como áreas a serem restauradas como campo nativo. No entanto, o proprietário que realizar um projeto de recuperação de uma área degradada poderá ter o local incluído no programa posteriormente, quando a restauração for concluída.