Com 25% de participação no mercado brasileiro de fertilizantes, a multinacional de origem norueguesa Yara anunciou ontem mudanças em sua organização. Saem as divisões por segmento e entram as de regiões do mundo. O objetivo é dar mais força às operações regionais, resumiu Lair Hanzen. Ele deixa a presidência da marca no Brasil e assume o comando da unidade Américas. Confira abaixo alguns dos temas tratados no anúncio.
Aposta no Brasil
Presente no país desde a década de 70, a Yara Fertilizantes começou a buscar espaço no mercado a partir de 2012. Para se fortalecer, realizou aquisições (da Bunge, da Galvani, da Vale) e manteve investimentos que somam cerca de R$ 15 bilhões nesse período. Um dos mais recentes é o de R$ 2 bilhões para o complexo que está sendo construído no porto de Rio Grande (foto acima) e que deve ser concluído até o fim do ano. A capacidade de produção será duplicada. As obras chegaram a parar em meio à covid-19, mas já foram retomadas.
Momento de mudança
A mudança na organização já vinha sendo planejada. A chegada da pandemia trouxe algumas reflexões. Segundo Lair Hanzen, há um aspecto de regionalização e nacionalização:
– A reorganização simplificará a tomada de decisão e vai empoderar os mercados locais.
Hanzen comandará a divisão América (as outras regionais são Europa, África e Ásia). E há a unidade Plantas Globais e Excelência Operacional.
Gigantes das Américas
Ao falar sobre planos de expansão da empresa nos Estados Unidos, onde ainda tem participação pequena, Hanzen lembrou que o país é o maior mercado privado de fertilizantes depois de China e Índia. E que a Yara estará olhando para lá. Ao mesmo tempo, reforçou a importância do Brasil, que responde por dois terços dos negócios na unidade Américas:
– O Brasil mostrou uma trajetória. Olhamos muito para esse casamento perfeito. Tem todo o potencial para gerar alimentos, terra disponível, duas colheitas. Isso ninguém tira.
Novo presidente no Brasil
A Yara Brasil terá como presidente o norueguês Olaf Hektoen. Formado em Finanças, está no país há um ano e meio. Veio para liderar o processo de transformação da companhia. Na empresa há mais de 20 anos, passou por diferentes funções e países (Costa Rica, Venezuela, França, Espanha, Colômbia, Brasil e Noruega).