A chegada do coronavírus acelerou um modelo de negócio que vinha ganhando espaço na pecuária: os leilões virtuais. E a avaliação do setor é de que a tendência veio para ficar.
A Feira de Terneiros de Caçapava do Sul, na Região Central, na quinta-feira (30), ofertou 1.354 exemplares. Eles estavam no parque de exposições Eliseu Benfica. Os compradores, em casa. Essa opção também foi adotada em Alegrete, na Fronteira Oeste, para a venda de 2 mil terneiros. Esse é um dos formatos possíveis. Em outro, os animais são filmados na propriedade para realização do remate online.
Presidente do Sindicato de Leiloeiros Rurais do Estado (Sindiler), Enio Dias dos Santos conta que desde janeiro a entidade vinha trabalhando para viabilizar a modalidade em leilões de gado geral e terneiros. E a caminhada ganhou ritmo com o advento do coronavírus – até porque, as regras estaduais trazem restrições à realização de feiras.
É um caminho sem volta.
ENIO DIAS DOS SANTOS
Presidente do Sindiler-RS
– É um caminho sem volta, uma questão de aprendizado, de adaptação – entende Santos, leiloeiro da feira de Caçapava.
A leitura é compartilhada por Gonçalo Silva, leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates. Ele acrescenta que o sucesso desse meio de vendas dependerá da credibilidade dos organizadores:
– A tecnologia veio para ficar, mas tem de saber usar.
Otimização da logística, riscos diluídos e redução de custos, que pode chegar a até 45%, são vantagens apontadas pelo diretor. Em contrapartida, será necessário fazer a lição de casa, com o produtor “levando a tecnologia para dentro da fazenda”.
– Existem individualidades e diversificação em cada município. Estamos aprendendo e trabalhando para diminuir dúvidas – complementa o presidente do Sindiler-RS.