O ministro da Agricultura do Paraguai, Rodolfo Alfaro, marcou presença na cerimônia de abertura da 21ª Expodireto-Cotrijal como representante do presidente Mario Benítez. Depois de circular pelo parque em sua visita de estreia em Não-Me-Toque, conversou com a coluna sobre sinergias possíveis entre os dois países no agronegócio. Confira trechos.
O que o Paraguai busca e o que o Brasil tem a oferecer no campo do agronegócio?
Hoje, o Paraguai está passando por uma etapa muito boa em razão do agronegócio. E estamos com um projeto importante na região ocidental do país. É uma ponte nova entre Carmelo Peralta e Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, onde iremos abrir as fronteiras agrícolas. Empresas paraguaias investem no Brasil e brasileiras no Paraguai. Há uma sinergia muito grande, então temos de aproveitar. Somos grandes produtores de alimentos no mundo e temos de seguir crescendo juntos.
Mas o que se busca no Estado? Tecnologia, conhecimento...
O Rio Grande do Sul é um Estado muito desenvolvido em tecnologia e inovação. O Paraguai pode aprender muito desse Estado, do Brasil. Há muita tecnologia para que possamos seguir crescendo no agronegócio.
Neste ciclo, teremos a maior produção dos últimos 50 anos, com a soja somando mais de 11 milhões de toneladas. E teremos uma boa produção de milho.
E o que oferece a investidores?
O Paraguai oferece ambiente de negócios, com impostos reduzidos, taxas mais baixas do mundo. A região ocidental, o chaco paraguaio, está abrindo suas fronteiras, em uma rota oceânica nova. Fizemos investimentos em estradas para transporte dos grãos. Estimamos que, nos próximos anos, o Paraguai duplicará sua produção agrícola na região ocidental.
Como está a atual safra?
Neste ciclo, teremos a maior produção dos últimos 50 anos, com a soja somando mais de 11 milhões de toneladas. E teremos uma boa produção de milho. Isso irá ajudar na recuperação da economia paraguaia. Do crescimento previsto para o PIB neste ano, de 4%, 3% virão da produção de grãos. Com expectativa de seguir incrementando no próximo ano. A produção total de grãos será de 17 milhões de toneladas. Superamos em quase 8% o recorde histórico do país.
As exportações paraguaias de arroz ao Brasil vêm crescendo substancialmente. Como avalia isso?
Sim, um crescimento em especial no último ano. Creio que tenhamos de fazer um trabalho conjunto. Os dois são grandes produtores de arroz e temos de olhar para o mundo e exportar. Juntar essa energia, aprender a usar tecnologias de ambos os países, produzir melhor e exportar ao mundo.