A confirmação da repetição do problema da deriva do herbicida 2,4-D no Rio Grande do Sul traz um novo desafio para a questão. Diferentemente do ano passado, quando os laudos corroboraram suspeitas de problema até então não oficializado, agora, indicam a continuidade mesmo com a criação de regras para aplicação. É preciso ressaltar que a exigência, neste primeiro momento, era para os 24 municípios em que as análises detectaram resíduos do produto no ano passado. Passará a ser de larga escala no próximo ano, abrangendo todo o Estado.
O fato é que Estado e Ministério Público do Estado (MPE) voltarão a conversar sobre o problema. Reunião está marcada para quinta-feira (28) e deve contar com a presença do procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen.
Produtores afetados já vinham pressionando pela suspensão do uso do produto. E os resultados das análises devem reforçar pedido protocolado pela Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha no início do mês de novembro.
Responsável por inquérito civil que trata do caso, o promotor Alexandre Saltz pondera que “o papel do Ministério Público é fiscalizar o cumprimento da ordem jurídica”, e que nesse sentido, evidentemente, o órgão buscará resposta do Estado:
— A gente soma esse resultado dos laudos com a greve dos servidores que começa amanhã, e realmente é um cenário que preocupa.
A reunião servirá para que seja feita análise conjunta dos resultados e para definir quais os próximos passos a serem tomados, podendo haver revisão da estratégia diante do quadro atual. Também haverá encontro com grupo de trabalho da secretaria.
De 2018 para cá, houve mudanças: debate sobre o assunto resultou na criação das regras. Ainda assim, os resultados mostram que o problema persiste. Apareceu somente em 10 dos 24 municípios do ano passado, mas se disseminou para outros até então sem registro. E para culturas além da uva, da maçã e da azeitona.
É possível que neste ano mais produtores tenham se encorajado a denunciar. De toda forma, e lembrando que ainda há laudos a serem emitidos, é preciso refletir se existe fôlego para dar conta da fiscalização e da responsabilização de quem insiste em descumprir regras.
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