Depois de uma espera que se alongou por 10 anos, o Ministério da Agricultura anunciou para esta semana a liberação de novo princípio ativo de agrotóxico a ser vendido no mercado brasileiro. O ingrediente fluopiram é utilizado no combate de fungos e nematoides e vinha aguardando o registro no Brasil desde 2009.
A solenidade dada ao registro vem de dois fatores. O primeiro é a demora até a liberação ser concedida. O segundo é o fato de que o produto é apontado como mais moderno e eficiente no combate de problemas de surgidos em lavouras de diferentes culturas (algodão, batata, café, feijão, cana-de-açúcar, milho e soja).
— Dos fungicidas, é um produto da chamada quinta geração, de ponta, que dá margem muito boa de segurança — avalia o engenheiro agrônomo Claud Goellner, professor aposentado da Universidade de Passo Fundo, especialista em Ecotoxicologia e Toxicologia.
O pedido para venda no país havia sido feito pela multinacional alemã Bayer. Em nota, a empresa reforça que o princípio ativo “já está disponível para o uso em países da Europa, EUA, Austrália”. E acrescenta que exige doses baixas para o controle das pragas “reduzindo o descarte de embalagens e, principalmente, a quantidade de produto aplicado no meio ambiente”.
— É uma nova opção para o controle de nematoides, que são pragas muitas vezes invisíveis, mas que podem causar grandes danos à agricultura, além de ser menos tóxico do que os já existentes no mercado — pontuou o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Carlos Venâncio.
Diante da recém chegada inovação, Goellner faz, no entanto, uma ponderação:
— O agricultor tem de entender que essas tecnologias que estão chegando são sofisticadas. Produtos como esse não são do tipo que podem ser aplicados como na década de 1960. Exigem manejo e tecnologia de aplicação correta.