Diante da falta de dinheiro registrada recentemente nas linhas de crédito rural do BNDES – que receberam novos aportes entre a semana passada e esta –, crescem as apostas do mercado para continuar financiando a compra de máquinas se as alternativas tradicionais falharem. Bancos que buscam aumentar a participação na carteira do agronegócio e também as instituições financeiras das montadoras têm recorrido ao crédito direto ao consumidor (CDC) para manter os negócios rodando em qualquer tempo.
O Santander, por exemplo, levou para a 26ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), o chamado CDC Agro para financiamento de máquinas, equipamentos, silos, armazéns e pivôs.
– Apresentamos uma linha de crédito com taxas competitivas como mais uma opção para o produtor rural financiar a expansão do seu negócio, sem que haja preocupação com limites de recursos – afirmou Carlos Aguiar, diretor de Agronegócios do Santander Brasil.
No Grupo CNH – das fabricantes Case IH e New Holland –, o CDC também tem sido alternativa para os momentos em que as linhas do BNDES ficam em falta.
– Como banco de montadora, não conseguimos fazer papel do governo por longo prazo. Mas, por exemplo, se ficarmos 30 dias sem o Moderfrota, temos o CDC, que é de recursos próprios, para fazer os financiamentos – explica Marcio Contreras, diretor comercial e de marketing do CNH.
Os chamados bancos de fábrica, aliás, vêm ganhando terreno na hora de o produtor fazer investimentos. O CNH, com 20 anos de história, responde hoje por 50% do total de vendas feitas pelas marcas que atende, percentual alcançado nos últimos três anos, segundo o diretor comercial e de marketing. Para ele, algumas razões explicam essa migração:
– Como somos focados no financiamento de máquinas, conseguimos ser muito mais rápidos. Temos agência dentro das concessionárias. É uma solução que está ali, na mão do produtor – avalia Contreras, que estima crescimento de 10% nos negócios encaminhados pelo banco CNH durante a Agrishow.
*Colaborou Joana Colussi, de Ribeirão Preto (SP)