Em meio à agenda de compromissos de sua visita oficial a Israel, o presidente Jair Bolsonaro fez uma postagem em sua conta do Twitter falando sobre a produção de orgânicos no Brasil. Na postagem, diz que a pasta da Agricultura "em parceria com outros ministérios, está preparando série de atividades de fomento à produção de orgânicos".
Também ressalta a 15ª edição da Semana Nacional dos Alimentos Orgânicos, que será realizada no próximo mês. A manifestação recebeu apoio, mas também foi alvo de ironias. Alguns comentários questionavam, por exemplo, o número de agrotóxicos liberados nos primeiros meses deste ano.
Nos últimos dois dias, o Ministério da Agricultura vem divulgando dados sobre o setor. Como, por exemplo, o crescimento no número de produtores no país, que triplicou nos últimos sete anos, passando de 5,93 mil em 2012 para 17,73 mil neste ano.
Outro dado apontado é do faturamento obtido pelo mercado de orgânicos, que chegou a R$ 4 bilhões em 2018, alta de 20% sobre o ano anterior, segundo o Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), que reúne cerca de 60 empresas do setor.
— A tendência é de crescimento permanente — avalia Virgínia Mendes Lira, chefe da Coordenação de Produção Orgânica do ministério.
Neste cenário, o Rio Grande do Sul ocupa lugar de destaque. Logo atrás do Paraná, tem o segundo maior número de produtores de orgânicos no país, cerca de 2,4 mil. Para José Cleber Dias de Souza, responsável pelo Programa Pró-Orgânico e secretário-executivo da Comissão da Produção Orgânica do Estado, vários fatores explicam essa liderança.
Os gaúchos têm um histórico desse sistema prévio à legislação que regulamentou a produção em 2007. Depois, houve "conjunto de ações dos governos estadual e federal, com prioridade e valorização nas compras públicas, o que possibilitou que os agricultores tivessem mercado assegurado".
— Esse número também reflete a percepção que a sociedade tem, a valorização que se dá a esse tipo de produto — acrescenta Souza.