Recém-criado, o grupo de trabalho para debater a questão do 2,4-D virou alvo de polêmica. O ingrediente da contradição foi a composição estabelecida pelo decreto do Piratini. É que entre os integrantes a serem convidados não estão entidades de representação dos setores diretamente afetados pelo problema da deriva do herbicida utilizado nas lavouras de soja.
O documento lista como convidados Ministério Público Estadual e Federal, Ministério da Agricultura, Embrapa, Emater, Farsul, Fetag-RS e Famurs. Poderá, segundo o texto, ser requerida a participação de outras partes.
— A criação é um ponto positivo, o governo está tentando achar solução. Mas o objetivo não está claro, e as culturas prejudicadas deveriam estar no grupo, assim como outras intuições — pondera Carlos Paviani, diretor de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
O secretário da Agricultura, Covatti Filho, que ficará com a coordenação do grupo, não vê a ausência de nominação direta das entidades como problema:
— É só a espinha dorsal, agora vêm os preenchimentos. Não haverá exclusão. Ele acrescenta que o objetivo é “buscar políticas públicas que resolvam a questão”.
Até o momento, as tentativas de conciliação se mostraram infrutíferas. Produtores com prejuízos causados pelo 2,4-D querem a suspensão do uso, proposta rechaçada pela Farsul, que defende treinamento para aplicação.