Dos muitos temas que são motivos de preocupação para o produtor, a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) elencou aqueles que classifica como “bombas a serem desarmadas”. Durante a cerimônia de abertura da colheita de arroz, o presidente da entidade, Gedeão Pereira, aproveitou a presença de autoridades – o governador Eduardo Leite, dois secretários do Ministérios da Agricultura e parlamentares da Câmara e da Assembleia – para falar sobre isso.
– Eu sei, governador, que o aperto no Estado é grande, mas se tirarmos a Lei Kandir, será um desastre para a agricultura – apontou Pereira, em referência a uma possível retirada da isenção das taxações às exportações.
Outro ponto levantado é o decreto assinado no final da gestão de Michel Temer – e em vigor desde 1º de janeiro – que elimina os descontos concedidos aos produtores na energia elétrica (de 10% a 30%). O governo já sinalizou que deve revogar a medida. Enquanto isso, o setor se mantém mobilizado.
Também no quesito contas a pagar, Pereira questionou o que percebe como tendência de cobrança pelo uso da água utilizada na produção. E fechando a lista de preocupações, citou medida adotada por Santa Catarina, que, a partir de 1º de abril, passará a ter cobrança de 17% de ICMS sobre a compra de produtos químicos – até agora isentos.
O governador Eduardo Leite ressaltou que reformas como a da Previdência, de estruturas e de carreiras, além de privatizações “são fundamentais para que o Estado deixe de demandar imposto do setor produtivo”:
– O governo não lança mão de impostos porque quer atingir produção – reforçou.
O desejo de conduzir o Estado a uma condição que lhe garanta maior competitividade frente aos concorrentes é coletivo. As dificuldades estão em achar o caminho que leva até lá. Ao apontar os temas sensíveis, a Farsul marca posição em torno de o que considera inegociável. E embasa as defesas em um argumento de peso: é o agronegócio que tem impulsionado a economia.