De imediato, o que a presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, garantiu aos produtores do Estado foi o conforto. A rapidez na visita a uma das áreas mais atingidas pela chuva e a disposição em buscar alternativas para os prejuízos são sinais de que há sensibilidade.
— Temos o ministério de portas abertas. Isso não traz a solução ainda, mas conforta — pondera Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), que esteve no encontro com Tereza Cristina.
O espaço do sindicato rural, onde foi recebida, estava completamente lotado. Produtores queriam ver de perto o que a titular da pasta tinha a dizer. Um documento com as principais reivindicações do setor arrozeiro foi entregue à ministra.
— Ela se mostrou sensível, conhece o pleito do setor — reforça Alexandre Velho, vice-presidente da Federarroz-RS.
Está nessa lista a solicitação para a securitização das dívidas acumuladas pelos produtores de arroz. O texto, assinado por Farsul, Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) e Federarroz-RS toca ainda em outros pontos sensíveis, como a elaboração de preço mínimo “condizente” e o fator Mercosul — as chamadas assimetrias do bloco.
Dos problemas elencados, alguns cobram resposta mais rápida do que outros, embora todos precisem ser apreciados. Pereira diz que, agora, será necessário descobrir qual o melhor caminho a ser trilhado. Na questão da securitização, pesa o fato de que a medida precisa de lei para ser implementada.
A Farsul deve encerrar dentro de duas semanas um levantamento de perdas acumuladas pelo setor produtivo. Os dados apurados servirão de base para orientar a busca pela solução.
Ontem, na passagem de Tereza Cristina pelo RS, o secretário de Agricultura, Covatti Filho, apresentou o balanço feito pela Emater, que já contabiliza R$ 786 milhões de impacto à produção gaúcha, a maior parte no arroz e na soja. Considerando que a colheita recém começou, o tamanho exato do estrago só será conhecido mais à frente.