A superintendência do porto de Rio Grande segue apurando as razões para o aparecimento de lama na praia do Cassino. Uma das suspeitas levantada é de que possa ter relação com a dragagem de manutenção realizada no porto. Em nota, o órgão afirma que “não há relação direta” entre a lama e o local (sítio) onde estão sendo depositados sedimentos da obra.
— O bolsão de lama, ao que tudo indica, pode ter sofrido um deslocamento no sentido sul da praia. Houve um conjunto de condições, inclusive meteorológicas, para esse movimento — explica Mara Núbia Cezar de Oliveira, chefe da Divisão do Meio Ambiente, Saúde e Segurança do porto.
Em novembro deste ano, imagens e vídeos que mostravam um rastro marrom no entorno da draga foram divulgadas nas redes sociais pelo movimento SOS Cassino. Como técnicos do Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta) identificaram volumes baixos de lama fluida, a superintendência tomou medida de precaução, determinando a suspensão do uso do overflow. O mecanismo consiste em devolver ao ambiente parte da água sugada junto com o material retirado do fundo do mar e sua utilização foi autorizada pelo Ibama. Mas pode ser um causador do aparecimento de lama.
Ontem, em reunião com o Ministério Público Federal e com o Ibama, foram repassados relatórios. O porto também optou por manter paralisação temporária do uso do overflow.
A limpeza do canal de acesso do porto era esperada desde 2015. O acúmulo de sedimentos, associado a condições climáticas, impediu a saída de navios graneleiros, carregados com soja, em mais de uma ocasião.
As empresas contratadas para limpeza no canal de passagem têm até 10 meses para concluir a obra.