Com um cenário de segundo turno estabelecido no Rio Grande do Sul, o agronegócio terá de repensar suas estratégias de voto. E o que poderá ser o fiel da balança nesta decisão?
A coluna conversou com representantes de entidades para saber que temas podem ser decisivos. Há desde questões estruturais, relativas à organização do governo, até pontos específicos, como o desejo pela continuidade da estrutura atual, que tem duas pastas para o setor produtivo, uma voltada à agricultura e outra aos pequenos produtores e ao cooperativismo.
– Precisamos de um governo que olhe para a agricultura familiar. A manutenção da secretaria que fomenta esse setor é fundamental. Já perdemos o Ministério do Desenvolvimento Agrário no governo federal – pondera Pedrinho Signori, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).
Para a Federação das Associações dos Arrozeiros (Federarroz-RS), pelo menos três medidas são consideradas importantíssimas – e fazem parte da pauta entregue aos dois candidatos que agora disputarão a preferência dos eleitores. Destinação de maior percentual dos recursos da taxa CDO (valor recolhido por saca de arroz), manutenção e modernização da estrutura no porto de Rio Grande e redução temporária de ICMS nas vendas interestaduais de arroz base casca são as reivindicações.
– Não se trata de tirar competitividade da indústria do RS. Estamos falando de excedente (o Estado responde por mais de 70% da produção nacional) – defende Alexandre Velho, vice-presidente da Federarroz-RS.
A desburocratização de processos e questões de infraestrutura são temas cruciais na avaliação de Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS):
– A gente tem uma pauta muito importante que é a questão da redução tributária. Mas, neste momento, acho difícil avançar neste tema.
Ciente de que a maior parte das demandas está nas mãos do governo federal, Elmar Konrad, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) avalia que tanto Eduardo Leite (PSDB) quanto José Ivo Sartori (MDB) têm propostas para diminuir o tamanho do Estado, ideia compartilhada pela entidade.
– Temos dois candidatos bem abertos à economia. Ambos têm linha de pensamento de fazer um Estado menor, dando reestruturação, principalmente nas empresas que só geram déficit – acrescenta Konrad.