Se para o produtor de arroz 2018 tem sido um ano para lá de complicado – começou com queda nas cotações, enquanto os custos seguiram subindo –, para a venda do cereal este tem sido um momento de desempenho positivo no mercado externo. Dados das exportações mostram que o volume embarcado de março (quando começa o ano comercial da cultura) a setembro é 90,7% maior do que em igual período do ano passado.
O escoamento foi fundamental para melhora nos valores pagos ao produtor. Segundo indicador Esalq-Senar-RS, a partir de abril há movimento de valorização, com a saca de 50 quilos negociada a R$ 45,84 no último dia 2.
– Os embarques estão catalisando essa alta – observa Tiago Barata, diretor comercial do Instituto Rio- Grandense do Arroz (Irga).
A maior competitividade do grão brasileiro veio em decorrência dos preços mais baixos em reais, da desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar e do preço de referência elevado no mercado externo. Já a qualidade, essa sempre foi reconhecida.
O interesse no produto brasileiro também tem levado à valorização dos prêmios. Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz-RS), Henrique Dornelles, na América Central, países estão pagando US$ 15 de prêmio por tonelada:
– Isso representa em torno de 7% do valor do arroz em casca. Para o comprador se dispor a pagar isso em uma commodity, é porque está vendo algo de melhor neste arroz.
O grão produzido no Brasil tem como concorrente o produto americano. Nos últimos cinco anos, os países da região caribenha e a Venezuela têm provado e aprovado a qualidade do produto brasileiro.
Barata ressalta, no entanto, que a tendência é de que se chegue a um ponto de equilíbrio.
Há, contudo, outro fator que precisa ser considerado a partir de agora: os desdobramentos da safra que começa a ser cultivada.