Apesar de 88% da carga do Rio Grande do Sul ser transportada por rodovias, somente 21% das estradas têm pavimentação. Essa é apenas uma das faces dos problemas causados pela falta de estrutura adequada para escoar a produção, que resultam na perda de competitividade. É por isso que as principais federações do Estado estiveram reunidas, ontem, na Expointer – Fiergs, Fecomércio, Farsul, Federarroz e Famurs, além da Associação Hidrovias RS, com alguns operadores privados. O objetivo é produzir um documento para ser entregue aos candidatos ao governo do Estado.
– Assim como está, não dá para ficar. Nenhum dos modais nos atende hoje – afirma Caio Nemitz, diretor da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Leia mais
:: RBS lança comitê para discutir o agronegócio
:: Evento na Expointer aborda o futuro do agronegócio
:: Paixão Cortês é homenageado durante a Expointer
Os números sustentam a indignação do setor. Além da precariedade das rodovias, as possíveis alternativas deixam muito a desejar. No modal hidroviário, existem 1.280 quilômetros no Estado, mas somente 700 quilômetros estão hoje em operação. Nas ferrovias, o cenário é ainda mais desolador.
– Estamos desassistidos, os contratos de concessão não são cumpridos – diz Fábio Avancini Rodrigues, da diretoria da Farsul.
E nas rodovias, a falta de investimento é notória. Segundo os dirigentes, o Rio Grande do Sul “tem as mesmas estradas nos últimos 30 anos, com o dobro de produção e cinco vezes mais carros”. A conclusão do grupo é de que tem de haver investimento em ferrovias e hidrovias.
O custo da produção gaúcha é 30% maior do que seria se a logística fosse eficiente, apontam as federações.
– Se tivéssemos a mesma estrutura da logística americana, poderíamos ter rentabilidade 70% maior –acrescenta Rodrigues.
Ciente de que o Estado não tem dinheiro, o setor entende que, para fazer os investimentos necessários, será preciso abrir caminho para as parcerias público-privadas. Resta saber se essa demanda encontrará eco no próximo governador.