Às vésperas de iniciar a semeadura de milho no Rio Grande do Sul, que ganhará força em meados de agosto, muitos produtores ainda não receberam fertilizantes – por conta do impasse da tabela de frete no país.
– Aqueles que deixaram para negociar os insumos mais tarde acabaram sendo surpreendidos. Agora não tem muito o que fazer, a não ser esperar – relata Ricardo Meneghetti, presidente da Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul (Apromilho-RS).
Essa apreensão é justificada pela importância do produto para a cultura — que recebe 80% dos insumos no começo da safra. Além do risco de atraso do produto, os agricultores estão preocupados com o aumento de preço dos fertilizantes, que ficaram cerca de 30% mais caros nos últimos meses – por causa da alta do valor do frete e da variação cambial.
– O risco é de alguns produtores desistirem do milho e partirem para a soja – teme Meneghetti.
O plantio da cultura deve começar nesta semana em municípios próximos ao Rio Uruguai, como Horizontina, Doutor Maurício Cardoso e Novo Machado, segundo a Emater. A projeção é de que sejam cultivados cerca de 720 mil hectares, mantendo a área do ano passado, a menor da história.