A safra colhida no Rio Grande do Sul neste ano gerará um faturamento 12,2% maior do que no ano passado, mesmo com a redução no volume produzido, aponta levantamento da assessoria econômica da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). O rendimento acumulado de R$ 39,16 bilhões tem relação direta com a variação cambial, que valorizou o preços de commodities como soja e milho em reais.
— Não podemos atribuir tudo ao câmbio, mas podemos atribuir ao preço, que ficou melhor — pondera Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul.
O economista acrescenta que a expectativa de rentabilidade maior na soja e no milho as perdas registradas no arroz – que terá faturamento 12,8% menor.
Do total do faturamento, dois terços são utilizados para fazer frente aos custos operacionais, irrigando outros setores da economia, que atuam no fornecimento de itens para a produção das lavouras.
— O conceito de atividade primária está ficando equivocado. A agricultura moderna pressupõe que até termos o grão, já se agregou muito valor — afirma Gedeão Pereira, presidente da Farsul.
E o impacto positivo se espalha para outros segmentos. Consideradas indústria e agrosserviços, agroindústrias, distribuição e impostos indiretos, a entrada da safra vai gerar R$ 129,3 bilhões na economia do Estado.
— Para cada real gerado no campo, são gerados mais R$ 3 na cidade, nos outros segmentos econômicos — completa Luz.