Após dois meses de exportações em ritmo mais lento, por conta do preço pouco atrativo, o volume de soja embarcado pelo Rio Grande do Sul em agosto chegou a 1,54 milhão de toneladas – o segundo melhor resultado do ano, atrás apenas de maio. Comparado com o mesmo período do ano passado, o volume embarcado é 16,5% superior. De janeiro a agosto, a quantidade de oleaginosa destinada ao Exterior somou 8,52 milhões de toneladas, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
O crescimento das exportações em agosto no Estado pode ser explicado, além da produção recorde, por fatores como o aumento das vendas com preço a fixar. Nessa modalidade, normalmente feita com trades, é determinado um prazo final para a fixação de preço com a cotação do dia em que o produtor decidir pela venda do produto.
– É uma prática comum para afastar o risco de quebra técnica, perda de peso do grão quando armazenado por longo período – explica Índio Brasil dos Santos, sócio da Solo Corretora, de Ijuí.
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Além dos negócios a fixar, a maior movimentação em direção ao Exterior é atribuída à necessidade de compra de insumos para as lavouras de verão. Na logística reversa, os produtores diluem o custo do frete aproveitando o transporte que leva a soja para trazer fertilizantes.
No Brasil, o total exportado de janeiro a agosto já é maior do que todo 2016. O país embarcou 56,89 milhões de toneladas do grão, 18,1% a mais do que o mesmo período do ano passado.
Apesar do volume expressivo já embarcado, ainda há soja guardada em armazéns à espera de cotações melhores para venda. Mesmo com os picos momentâneos de preço na última semana, a tendência é de baixa a partir da entrada efetiva da safra americana – na segunda quinzena de setembro.
– Não há muito mais o que esperar, agora é aproveitar os momentos de especulação em Chicago ou de alta do câmbio – recomenda Santos.