Gisele Loeblein

Gisele Loeblein

Jornalista formada pela UFRGS, trabalha há 20 anos no Grupo RBS e, desde 2013, assina a coluna Campo e Lavoura, em Zero Hora. Faz também comentários diários na Rádio Gaúcha e na RBS TV.

Campo Aberto

Recuo na previsão de grãos para a próxima safra era previsível

Com custos em alta, o produtor está querendo dar o tiro certeiro, apostando na soja, que, apesar de também estar com valores inferiores, tem liquidez garantida

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Quando se trata de números, o senso comum é de que apenas o crescimento interessa. Então, uma olhada rápida pelo primeiro levantamento da Emater para a próxima safra de verão do Estado pode trazer desânimo, já que há recuo de 10% projetado para a colheita de 2018. Consequentemente, o faturamento também será reduzido. Mas uma análise mais profunda pode reconhecer pontos positivos – e outros nem tanto – nos dados apresentados na Expointer.

É preciso lembrar que o volume do ciclo passado foi recorde, com a soja batendo 18,57 milhões de toneladas. Ou seja, a base de comparação é alta. Mesmo que os preços das commodities estivessem elevados, ficaria difícil superar. E o que ocorre neste momento é um cenário de preços defasados, que desestimula agricultores de todas as culturas, mas em especial do arroz e do milho.

Os arrozeiros vivem situação particularmente complicada.

Em 2017, o preço pago pela saca não foi suficiente para cobrir o custo.

Há ainda excesso de oferta do produto que, somado à redução de consumo, ajuda a puxar os preços para baixo. Para a Emater, o recuo em área plantada para o cereal é pequeno, praticamente estável (-0,33%) em relação ao ciclo atual. No caso do milho, a área é a que mais irá encolher (11,65%). Reflexo da desvalorização do grão. Com custos em alta, o produtor está querendo dar o tiro certeiro, apostando na soja, que, apesar de também estar com valores inferiores, tem liquidez garantida.

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