Fechado em dezembro do ano passado, depois de vaivém que se arrastou por quase dois anos, o frigorífico de abate de bovinos da Marfrig em Alegrete, na Fronteira Oeste, poderá ser reativado. Representantes da empresa, incluindo o presidente, Martin Secco, estiveram no Rio Grande do Sul nesta semana, conversando com pecuaristas da região e também com o governo. No local, trabalhavam 648 pessoas, que foram demitidas.
O secretário da Agricultura, Ernani Polo, confirma o encontro. Diz que a empresa apresentou três questões para serem trabalhadas – mas que não seriam condicionantes para a reabertura. Uma delas é referente a tributos. A solicitação seria para ter período mais longo para a compensação de crédito presumido (desde o final do ano passado, tem de ser feita no mesmo mês). A Secretaria da Fazenda irá fazer análise para ver se é possível alguma alteração – e caso ocorra, será estendida a todo o setor.
O argumento oficial para a reabertura é o fato de a unidade de Alegrete ter habilitação para exportar para a China. A companhia, no entanto, pode ter sentido no vácuo deixado pela JBS, uma oportunidade de negócio.
Segundo Pedro Piffero, dirigente da Federação da Agricultura do Estado, os representantes da Marfrig sinalizaram interesse em fazer todos os ajuestes necessários para "no máximo em setembro abrir a planta".
Oficialmente, a empresa confirmou, por meio de nota, estar avaliando a possibilidade de reabertura, mas enfatizou que, por enquanto, é apenas uma análise, que não há confirmação. "Estão sendo analisadas as condições de mercado e realizadas reuniões entre executivos da companhia, associações e autoridades do Estado".
– Se for para reabrir, que seja duradouro – pondera o secretário de Agricultura.