Consolidado, o cultivo da soja na Metade Sul continuará se espraiando. Hoje, são 1,5 milhão de hectares com o grão, mas a estimativa é de que, em cinco anos, a área chegue a 2 milhões de hectares. Desses, meio milhão estará na várzea, em dobradinha com o arroz. Essa é a projeção feita pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que encerra hoje, na Capital, o 3º Encontro de Produção de Soja em Terras Baixas do Sul do Brasil.
Há dois anos, a entidade trabalha com o Projeto Soja 6000 (em alusão à média de cem sacas; cada saca tem 60 quilos). Na safra de verão deste ano, os resultados foram bem acima da média estadual (de 56 sacas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento). No total, 62 áreas foram monitoradas, somando mais de 600 hectares de soja na várzea. As 15 melhores médias alcançaram 79,8 sacas. Três produtores somaram 94,6 sacas e um chegou a 100,5 sacas.
– A produção nessas áreas está se consolidando, com dados concisos – afirma Rodrigo Schoenfeld, gerente da Divisão de Pesquisas da Irga.
E o que explica esses resultados? Schoenfeld cita drenagem, época de semeadura e fertilidade do solo. Mais do que a média, a relevância da parceria está nos benefícios que traz. O primeiro é agronômico. Quando a soja é intercalada com o arroz, a lavoura do cereal tem melhores resultados. O outro é financeiro. Com duas opções de produto, o agricultor pode escolher a melhor hora da venda.