Com o retorno do sol aos campos gaúchos, os produtores de trigo não perderam tempo e aceleraram o plantio do cereal, que estava muito atrasado. Dez dias de tempo seco fizeram o percentual de área cultivada crescer para 53%. Ainda assim, está aquém do que normalmente se registra no período – 74%, segundo dado divulgado nesta quinta-feira pela Emater.
A necessidade de ampliação do calendário agrícola chegou a ser cogitada, mas diante do novo quadro perde força, exceto em casos pontuais que poderão ocorrer.
A Federação da Agricultura do Estado (Farsul) solicitou aos sindicatos rurais que informem sobre o andamento do cultivo.
– Depois da última chuva forte, tivemos 10 dias de condição climática favorável e seis dias de otimização de plantio. O pessoal aproveitou e semeou de dia e de noite – relata o também produtor Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Farsul.
Para a entidade, a área total não deverá passar de 650 mil hectares. Embora a arrancada tenha sido difícil devido ao excesso de chuva, ainda é possível projetar uma boa colheita. Os meses de setembro e outubro são os grandes definidores da safra de trigo.
Gerente regional adjunto da Emater de Santa Rosa, José Vanderlei Waschburger explica que na região, uma das principais produtoras do Estado, o plantio deverá chegar até o final desta semana perto dos 90% de área:
– Agora, o clima está ideal. O que tinha sido cultivado até o momento da chuva não chegava a 10%. É o plantio inicial que pode ter sofrido mais com a umidade.
Nos pontos onde houve problemas, agricultores estão usando adubo e fungicidas na tentativa de recuperar as lavouras. A Emater avalia que, de uma maneira geral, houve redução do pacote tecnológico utilizado, reflexo direto do desestímulo sentido pelos produtores. O clima, se colaborar, poderá dar uma reaquecida na gelada safra de inverno.