Com o preço da soja no mercado interno ainda pouco atrativo para a venda, a orientação de analistas é que o produtor segure o que for possível da safra que está sendo colhida agora e espere melhor oportunidade para fechar negócios.
– Fatores climáticos nos Estados Unidos ou elevação do câmbio no Brasil poderão fazer o preço reagir. É preciso ficar atento a essas janelas de altas, que deverão ser raras nos próximos meses – recomenda Carlos Cogo, consultor em agronegócios.
Historicamente, os meses de março e abril são desfavoráveis para a comercialização da soja brasileira, por conta da maior oferta e também pelos altos custos de logística – transporte e armazenagem.
– É preciso ter sangue frio neste momento. Não dá pra comercializar na emoção – diz Daniele Siqueira, analista da consultoria AgRural.
Mas aguardar não significa esperar que os preços alcancem patamares semelhantes aos picos históricos do ano passado. As altas que poderão ocorrer certamente serão bem mais tímidas, diz Daniele. E apesar de o preço não ser interessante para o produtor neste momento (R$ 59 a saca de 60 quilos na região de Passo Fundo, ontem), os analistas frisam que a cotação na Bolsa de Chicago, na faixa de US$ 9,50 a US$ 9,60 o bushel, é superior à media histórica dos últimos 17 anos.
– Os preços não estão ruins, se considerarmos que o mercado global está bem abastecido. Mas quem está capitalizado não tem motivos para não esperar – avalia Cogo.