Para tentar recuperar o espaço perdido com a redução no consumo, a indústria de erva-mate do Rio Grande do Sul está diversificando a linha de produção. Além de processar o principal ingrediente para o chimarrão, foca na elaboração de outra bebida: o tererê.
– É para abastecer o mercado nacional. É um fato novo, mas terá um tempo médio para surtir efeito – opina Alvaro Pompermayer, presidente do Sindicato da Indústria do Mate do Estado (Sindimate-RS).
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Nos últimos dois anos, a queda nas vendas chega a 25%, resultado da diminuição do consumo, por sua vez, causada por sequência de situações. Primeiro, a alta de preços, que fez as pessoas diminuírem o tamanho da cuia. Depois, veio a crise econômica, que reduziu o poder aquisitivo e, mais uma vez, influenciou na demanda pela erva-mate.
– Agora, a gangorra de valores se inverteu. O agricultor é o mais prejudicado. Quanto mais barata fica, menos ele cuida do manejo – diz Valdir Pedro Zonin, presidente do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate).
Atualmente, o valor da arroba (equivalente a 15 quilos da folha) fica entre R$ 10 e R$ 20. Segundo Zonin, o principal desafio no Estado, que tem 80% da erva-mate plantada (e não nativa, como é o caso do Paraná), é melhorar a qualidade, "fazendo o manejo o mais natural possível". A produção no RS soma 34 mil hectares, 13 mil agricultores e 260 indústrias.
O Ibramate promove nesta segunda-feira, na sua sede, em Ilópolis, mateada para comemorar o dia do chimarrão, instituído por lei estadual de 2003.