A colheita de 80, 90 sacas de soja por hectare deixou de causar alvoroço no Rio Grande do Sul nesta safra. É que a produtividade do grão está em alta – a média estadual no ano passado foi de 50 sacas.
– Vi lavouras onde estão colhendo mais de cem sacas por hectare – afirma Alencar Rugeri, assistente técnico estadual da Emater.
O desempenho da soja na Metade Norte já tem feito as apostas sobre a colheita total subirem: a última previsão da Emater era de 16,8 milhões de toneladas, mas já se fala em chegar à casa das 18 milhões de toneladas.
– Foi superada a expectativa quando começou a se colocar as máquinas na lavoura – confirma Luis Fernando Fucks, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado.
Nesta colheita farta, a preocupação vem dos preços, que estão caindo. Segundo Fucks, no Noroeste a saca de 60 quilos caiu abaixo de R$ 60:
– Já passou do sinal vermelho. O produtor está ganhando no excesso de produtividade. Mas se os Estados Unidos colherem uma safra cheia, teremos um problema sério de preço.
O consultor em agronegócio Carlos Cogo confirma que os valores estão em queda. Nos últimos 40 dias, caíram 15%. No momento, não há condição favorável nem do dólar nem do preço da soja na Bolsa de Chicago.
A colheita chegou a 35% da área, de acordo levantamento da Emater. Os dados mostram variações de produtividade, mas médias superiores às estimadas, entre 65 e 75 sacas por hectare – com extremos entre 48 e 94 sacas.