Com um olho na lavoura e outro na economia, produtores e empresas se mantiveram confiantes no último trimestre de 2016, mas nem tanto. É o que mostra o índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Houve recuo de 1,9 ponto em relação ao terceiro trimestre. Ainda assim, o índice somou 104,4 pontos, mesmo patamar de 2013, que foi o melhor da série histórica para o período. O resultado também configura otimismo já que, pela metodologia, pontuação acima de cem indica otimismo, igual a cem, neutralidade, e inferior, baixo grau de confiança.
– A avaliação positiva sobre as condições específicas do negócio compensou a queda na percepção sobre as condições gerais da economia em todos os elos da cadeia produtiva – observa Antonio Carlos Costa, gerente do Departamento do Agronegócio da Fiesp.
Na avaliação específica do produtor agropecuário, também houve redução (veja abaixo), embora o resultado configure otimismo. Entre os setores avaliados, um único ficou na faixa pessimista: produtor pecuário, reflexo da queda nos preços.
– Não havendo deterioração do câmbio, a safra recorde prevista de grãos, aliada ao bom momento de culturas como cana-de-açúcar e laranja, além do aguardado surgimento de sinais mais consistentes de recuperação dos indicadores econômicos, deverão manter a confiança do agronegócio brasileiro em patamares elevados – projeta Marcio Lopes de Freitas, presidente da OCB.