Será preciso correr contra o tempo para conseguir escoar a produção de trigo do Rio Grande do Sul, antes que milho e soja passem a ter preferência nas negociações. Nesta segunda-feira, em reunião realizada na Federação da Agricultura do Estado (Farsul), foi preparado documento com quatro pedidos que serão encaminhados ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e ao secretário de Política Agrícola, Neri Geller.
– São 700 mil toneladas que precisam ser negociadas até o final de fevereiro – observa Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Farsul.
A conta foi feita a partir da safra. Das 2,47 milhões de toneladas produzidas, 1,2 milhão serão consumidas pelos moinhos gaúchos. Outras 300 mil toneladas, absorvidas pela indústria de aves e suínos. Igual volume foi negociado nos quatro leilões realizados.
O que será solicitado ao governo:
1) Manutenção dos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e Prêmio Para Escoamento do Produto (PEP), com valor sugerido de R$ 266 a tonelada – na semana passada, o preço de abertura foi de R$ 208 a tonelada. A quantia sugerida permite que cooperativas e cerealistas o pagamento do preço mínimo, R$ 38,65 a saca.
2) Mudança nos critérios adotados. Atualmente, as taxas de armazenagem e transporte cobradas estão inviabilizando a participação de cooperativas. A solicitação é para que se obedeça à tabela da Política de Garantia de Preços Mínimos.
3) Autorização e liberação de recursos para aquisição de trigo por parte do governo federal – conforme as entidades do setor, os estoques do Rio Grande do Sul estão zerados.
4) Imediata prorrogação das primeiras parcelas de custeio da cultura, que começam a vencer no dia 20 deste mês.