A reboque do menor volume produzido, as exportações brasileiras de tabaco encolheram em 2016. A redução não chega a ser significativa: foi de 2,87% em receita e 6,52% em volume. Ainda assim, o país manteve o posto de maior exportador mundial – responde por cerca de 30% das vendas mundiais.
– Já trabalhávamos com essa perspectiva de redução. Encomendamos duas pesquisas à Price (PwC) e ambas apontavam isso. Inclusive com perspectiva de queda entre 6% e 10% – afirma Iro Schünke, presidente do SindiTabaco.
A safra 2015/2016 sentiu os efeitos do El Niño. O excesso de chuva acabou impactando e provocando queda de 20% na colheita. Por isso já se trabalhava com a hipótese de uma exportação menor.
O preço, acrescenta Schünke, tem relação com o destino da exportação. O maior comprador do tabaco brasileiro continua sendo a União Europeia, que levou 41% do volume embarcado no ano passado.
Outro importante cliente, a China foi na contramão do resultado geral. Não reduziu a importação. Manteve a quantidade adquirida e ainda pagou mais: a receita cresceu 6%.
As definições sobre como serão as vendas neste ano devem sair um pouco mais adiante. A maior parte dos negócios costuma ser definida entre março e abril. Novas pesquisas serão realizadas, para que a indústria possa tirar a temperatura. Mas como a safra promete ser maior do que a do ciclo passado, a tendência é de que os negócios acompanhem.