A possibilidade de o senador Blairo Maggi (PR-MT) ser o titular do Ministério da Agricultura agrada a entidades ligadas ao agronegócio. Sem confirmação oficial de que integraria a equipe em um eventual governo Michel Temer (PMDB), Maggi anunciou no sábado em sua conta no Twitter o convite feito pelo presidente do Partido Progressista (PP), senador Ciro Nogueira (PI). Conhecido como rei da soja, Maggi prepara o desembarque do PR e ingresso no PP para poder assumir o posto, que faz parte da cota dos progressistas.
O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, diz que é cedo para avaliar a possibilidade de Maggi ir para a Agricultura em função da necessidade de troca de partido, mas considera o senador com credenciais para assumir o posto.
– É positivo pelo fato de ser um produtor rural, e com uma relação próxima – diz Sperotto.
Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), também considera positivo o fato de o senador ser ligado ao campo.
– Apesar de o Sul ter uma política diferente da região em que ele atua, já que temos uma maior diversificação de produção, Maggi tem todas as condições para ser um bom ministro – afirma Pires.
Natural de Torres, Blairo Borges Maggi construiu sua carreira no agronegócio e na política no Mato Grosso, onde foi governador. Ele recebeu em 2005 a "Motosserra de Ouro", uma premiação irônica do Greenpeace, ONG ligada ao meio ambiente. Antes de comentar o acerto com o PP, o senador postou no Twitter que foi inocentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nas investigações da operação Ararath, deflagrada em 2010.