Depois de gigantes como BRF e JBS terem anunciado a importação de milho argentino, para fazer frente à alta do preço do cereal no mercado interno, indústrias gaúchas de aves e suínos querem se juntar para viabilizar a compra do cereal do país vizinho. Na próxima sexta-feira, pelo menos seis empresas de aves irão se reunir na região da Serra para tentar viabilizar a proposta – juntamente com os setores de suínos e de bovinos de leite.
– A ideia é fazer um pool com várias empresas para viabilizar a importação – adianta Nestor Freiberger, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
Conforme o dirigente, são necessárias no mínimo 100 mil toneladas para compensar a importação do produto, que teve alta superior a 50% no mercado brasileiro nos últimos seis meses. Há pouco menos de duas semanas, BRF e JBS anunciaram a compra de 100 mil toneladas de milho argentino, além de tratativas para importar mais 1 milhão de toneladas em abril. Nesta segunda-feira, o Grupo GTFoods, conglomerado avícola com sede em Maringá, no Paraná, informou que vai importar 90 mil toneladas do cereal.
– O setor não pode esperar a safrinha do Centro-Oeste entrar para o preço começar a baixar. Os animais comem todos os dias – completa Freiberger, acrescentando que o consumo anual de milho no Rio Grande do Sul chega a 5,8 milhões de toneladas.