Encontrar meios de reduzir os custos de produção das lavouras será o principal desafio a ser vencido no próximo ciclo de inverno no Estado. Depois de duas safras seguidas com frustração na colheita, os produtores de trigo estão receosos em fazer grandes investimentos. É por isso que ganha força a alternativa da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro) para que parte da produção seja direcionada à exportação. Em vez de apostar todas as fichas na variedade pão, o agricultor teria a opção de dedicar espaço à variedade de menor valor agregado, mas com maior liquidez e compradores no mercado externo.
- Achamos interessante essa opção. O quadro do trigo hoje é preocupante. Tem de haver, urgentemente, redução no custo. Vai começar um trabalho sério nas áreas técnicas das cooperativas nesse sentido - afirma Paulo Pires, presidente da Fecoagro-RS.
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Na semana passada, técnicos de 16 associadas da entidade se reuniram para debater a proposta de alternativa de cultivo. Há, segundo Pires, avaliação unânime de que o modelo atual deixou de ser economicamente sustentável.
Nesta semana, na quinta-feira, uma reunião está marcada com o secretário de Política Agrícola, André Nassar, em Brasília, para tratar da situação do trigo. É um primeiro passo na discussão dos custos e também para a definição do preço mínimo do cereal.
A Federação da Agricultura do Estado (Farsul) está fazendo um levantamento de custos, assim como a Fecoagro, e deve apresentar os dados na reunião da Câmara Setorial do Trigo, em março. Só a partir daí será possível definir o percentual de reajuste necessário em relação aos R$ 34,98 estabelecidos para a saca de 60 quilos na safra 2015/2016 do trigo tipo pão.
- Essa decisão precisa sair até o final de março - afirma Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Farsul.