A aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 243 - que retira a necessidade de plebiscito para venda ou extinção da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) - deixa o caminho livre para que o governo estadual execute o plano que tem traçado para o órgão, seja ele qual for. Oficialmente, o discurso é de que ocorrerá um enxugamento, eliminando estruturas desativadas ou economicamente inviáveis.
- Não é uma extinção e, sim, uma transição. Vamos diminuir o tamanho - afirma o atual presidente da Cesa, Carlos Kercher.
Duas unidades já estão no mercado: a de Júlio de Castilhos e a de Santa Rosa, ambas para arrendamento. Nesta semana, novo edital deve sair, para a de Nova Prata. No total, são cinco plantas desativadas e 18 em funcionamento. A prioridade seria tentar negociar as que não estão mais em uso (Nova Prata, Santa Bárbara, Caxias do Sul, Estação e Passo Fundo).
Entre as com atividades, há uma classificação em três grupos: sem retorno financeiro, com desempenho mediano e com performance positiva. Esta último, o caso, entre outras, das unidades portuárias de Rio Grande, Porto Alegre e Estrela.
- Não há prazo limite, mas uma previsão de acelerar o processo. A ideia é ter um número de unidades para que a Cesa possa ser autossuficiente para a prestação de serviços - diz Kercher.
Até a metade de 2017, a nova forma deverá ser conhecida. Com passivo de cerca de R$ 500 milhões - ao qual deverão ser acrescidos R$ 227,6 milhões de ação referente ao piso salarial, que a companhia tenta negociar -, a Cesa tem 200 funcionários, 58 concursados.
Na votação, na Assembleia, foram 37 votos a favor e 12 contra. Votaram contra parlamentares do PT (com exceção de Adão Villaverde), do PSOL e do PC do B. Ex-secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, disse não. Ele entende que a Cesa "pode até ser extinta, mas só depois de saneada":
- Só se muda a constituição para privatizar. O que se aprovou foi a privatização de uma estatal.