Com as portas japonesas de novo abertas ao Brasil para embarque de carne bovina termoprocessada, a vinda da missão técnica ao Estado, a partir de terça, ganha ainda mais peso. O grupo visitará as instalações do frigorífio Pampeano (da Marfrig), em Bagé, unidade que trabalha exclusivamente com processados.
É mais um impulso para o setor, que andava entusiasmado com a reabertura dos mercados da China e da Arábia Saudita.
O Japão era o último país que ainda mantinha embargo ao produto brasileiro, após a comunicação, em 2012, de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina - doença popularmente conhecida como mal da vaca louca.
- Agora, são 100% dos embargos suspensos à carne bovina brasileira no mundo - comemorou a ministra da Agricultura Kátia Abreu, ao avaliar a decisão do governo japonês, anunciada na sexta-feira.
O país asiático é um mercado premium e, por isso, muito cobiçado para exportação.
Por enquanto, a abertura é para a carne enlatada. Para o produto in natura, os japoneses ainda exigem que o gado seja livre da febre aftosa sem vacinação - condição que hoje só Santa Catarina pode atender.
Antes do embargo, em 2012, o Brasil chegou a exportar 1,55 mil toneladas de carne bovina termoprocessada e extrato para o Japão, somando US$ 8,6 milhões.
Neste momento, o que empolga mesmo as indústrias do setor é o conjunto da obra. Ou seja, a perspectiva de entrar novamente em mercados que estavam fechados, aumentando a possibilidade de destinos e engordando a conta das exportações. No acumulado de 2015, a receita com os embarques tem sido inferior à de 2014, quando somou US$ 7,2 bilhões. As retomadas alimentam a perspectiva de que 2016 possa ser não só melhor do que este ano, como também consiga superar os limites anteriores.