Um dos profissionais mais consultados durante a enchente. O que o hidrólogo do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fernando Fan, pensa sobre as dragagens e desassoreamento dos rios, embora concorde que os canais navegáveis (hidrovias) precisem da manutenção:
- Farei uma analogia. Se temos algum sintoma e vamos ao médico, ele fala "tu tem que fazer quimioterapia, que é um tratamento caro e com muitos efeitos colaterais" ou "vamos fazer exames de sangue, de imagem, entender bem a situação e aí depois talvez façamos a quimioterapia, outros tratamentos menos agressivos ou talvez nenhum". Essa é situação em que estamos agora. Precisamos fazer os exames. Se for fazer direto a dragagem, seria como iniciar um tratamento com possibilidade de ser danoso e talvez não atacar o problema de fato. Que exames? É a batimetria do rio. Depois, com ela, simulamos qual o impacto de fazer essa dragagem e verificamos se vai ter benefício ou não, até onde vai o benefício com o melhor custo possível. Teve zonas de rios que sofreram erosão, mas não assoreamento. Tem estudos que confirmam que as ilhas são regiões de deposição, mas dentro do Guaíba temos muita velocidade. Então, não sabemos exatamente se deposita algo ali ou pode simplesmente ter sido tudo transportado.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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