Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Um dos maiores bancos do mundo, o espanhol Santander prevê recuo de 2,6% do Produto Interno Bruno (PIB) do Rio Grande do Sul em 2024, como reflexo da enchente. Porém, o estudo, detalhado ao podcast Nossa Economia, de GZH, projeta uma compensação total em 2025, com um crescimento de 3,4% da economia gaúcha.
Na expectativa de colher uma safra cheia após duas estiagens consecutivas, a agropecuária sentirá impacto da inundação, mesmo que a colheita dos grãos de verão estivesse finalizada. A perda do que estava armazenado em silos se refletirá em outros setores. Além disso, será necessário recuperar o solo em diversas áreas destruídas pelas águas. O Santander projeta retração de 13% no agro do Rio Grande do Sul em 2024, mas avanço de 10% em 2025.
Com a paralisação de fábricas e a logística travada nos mais diversos modais, o PIB da indústria gaúcha terá queda de 7% em 2024, prevê o banco. Já os serviços, que incluem o comércio e representam 65% da economia gaúcha, tendem a manter estabilidade em relação ao ano passado.
O levantamento do Santander foi realizado pelos economistas Gabriel Couto, Rodolfo Pavan e Henrique Danyi. Apesar do dado positivo projetado para 2025, Couto pondera que ainda é uma recuperação tímida e que não ocorre de forma homogênea, mesmo dentro dos setores, como o industrial.
- É preciso reinstalar a capacidade produtiva e recuperar infraestrutura, o que deixa a recuperação mais lenta na indústria. O setor de serviços consegue retomar mais rapidamente, em um efeito rebote, mas ainda de forma improvisada em um primeiro momento, por isso o crescimento de 0% que prevemos. Até pode vir um pouco mais alto. A recuperação dele no segundo semestre carregará efeitos para 2025 - detalha o economista Gabriel Couto.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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