Com o aumento anunciado pela Petrobras, o preço da gasolina provavelmente passará dos R$ 6 na média do Rio Grande do Sul. Isso porque a estatal projeta uma alta de R$ 0,15 na sua parcela do valor da bomba nos postos e, atualmente, o litro está custando R$ 5,89 para o consumidor no Estado, segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Este patamar de R$ 6 não era atingido desde julho de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro forçou uma redução de impostos em campanha eleitoral. O preço mais alto, porém, foi em novembro de 2021, quando a média gaúcha da gasolina bateu R$ 7,10.
Na refinaria, o reajuste da Petrobras a partir desta terça-feira (9) será de R$ 0,20. A estatal não mudava preços desde outubro do ano passado, quando houve redução, mas enfrentava pressão de alta do dólar e do petróleo. Certamente, esperou acalmar um pouco o mercado financeiro após as falas do presidente Lula para mexer nos valores, evitando fazê-lo durante forte volatilidade.
A defasagem da Petrobras em relação ao mercado internacional cai para cerca de 11%, uma diferença tolerável pelo histórico da política de preços. É o primeiro reajuste desde que mudou a gestão, com Magda Chambriard assumindo a presidência. Veio de 7% na gasolina e de 9,8% no gás. São percentuais altos até, ficando o dobro e o triplo da inflação atual, respectivamente.
Para o diesel, sem alterações por enquanto. O combustível dos caminhões estava com defasagem menor do que a da gasolina.
Impacto na inflação
Pela presença no orçamento do brasileiro, a gasolina tem forte peso no cálculo da inflação oficial para o consumidor. Economista da Quantitas Asset, João Fernandes projeta que o impacto direto dos reajustes de agora da Petrobras eleva a previsão do IPCA de 2024 de 4,1% para 4,3%. O cálculo considera a alta do combustível, o aumento proporcional que sempre ocorre no etanol na sequência da gasolina e a elevação de R$ 3,10 do GLP (gás liquefeito de petróleo, ou gás de cozinha). No Rio Grande do Sul, o botijão de 13 quilos custa em média R$ 105,24.
O relatório Focus, do Banco Central, trouxe uma projeção mediana de mercado de 4,02% para o IPCA deste ano. A meta do governo federal é de 3%.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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