Um mês após voltar a sua sede no bairro Anchieta, em Porto Alegre, a Ceasa avançou na reconstrução do espaço e na retomada das atividades, mas ainda tem uma perspectiva de muito trabalho para os próximos tempos. A avaliação é do presidente Carlos Siegle, frisando que “a área comercial está praticamente 100% operando”.
Depois de um mês de operação provisória em Gravataí, no dia 17 de junho, o complexo da Ceasa, entre outros desafios, não tinha energia elétrica, funcionava em horário reduzido e o tradicional galpão dos produtores estava fechado. Hoje, todos os prédios já têm luz. Falta restabelecê-la no pátio, o que permitirá avançar ainda mais no horário de funcionamento, que já foi expandido nesse último mês. O galpão dos produtores também já foi reaberto.
— Foi uma operação de guerra e está longe de restabelecer totalmente a estrutura. Temos várias soluções improvisadas. Elétrica, esgotos e viária — lista Siegle, que reforça a estimativa de R$ 60 milhões para plena recuperação da estrutura.
Em paralelo, os permissionários que atuam na Ceasa também buscam se reestruturar. Em um levantamento inicial de prejuízos, 90% deles apontou perdas não só de produtos, mas de equipamentos usados em suas operações. Foram perdas financeiras individuais na casa das centenas de milhares de reais e para as quais a maioria não tinha seguro.
— Todos estão orgulhosos da retomada, mas também preocupados. São 395 empresas e 10 mil empregos que dependem dessa reconstrução — diz.
Preços
Monitorados pela coluna durante a enchente, os preços dos hortifrutigrangeiros na Ceasa, segundo Siegle, estão estabilizados. Ou seja, depois de uma disparada no período mais agudo da cheia, reflexo dos problemas logísticos e de um receio de desabastecimento, não há mais efeitos da enchente pressionando-os.
— Temos dois parâmetros para afirmar isso: os preços abril e os atuais das outras centrais de distribuição do país. Frente aos dois, os que estamos praticando estão equivalentes. Altos, claro. Mas em um patamar elevado porque temos chuva prolongada desde setembro do ano passado e, agora, estamos no período de entressafra – explica.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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